sexta-feira, 31 de março de 2017

O Caminho da Vida: A Partilha

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Coisa grande é a partilha. Está tão presente em nossa vida que, na maior parte das vezes, nem percebemos. Fomos gerados pela partilha de alguém. Nascemos, crescemos, alimentados e educados, cuidados, porque alguém se partilhou, nossos pais e tantas pessoas que ao longo de nossa vida, repartiram seus dons conosco. Vamos lá, bem no fundo de nós mesmos, buscar a essência da partilha. Saboreamos nossa vida como partilha que se tornou vida em nossa carne, ser na comunhão do nosso ser. Partilha de palavras, partilha de afetos, partilha de canseiras, partilha de ideais, partilha de amor, de trabalho, partilha de valores, partilha de fé, partilha de bens materiais, partilha de objetivos, de sentido da vida, partilha de saber. No fundo do nosso ser reside um lastro de comunhão que se faz da partilha de tantos bens. Nossa essência e nossa verdade é ser partilha.

Quando, ao longo da vida, nos fechamos à partilha, saímos de nossa verdade. Somos enquanto nos partilhamos. De muitos meios, alimentamos a vida e participamos da comunhão da grande refeição que é o universo. A palavra partilha define a vida do universo. 

Espiritualidade Comunitária

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Esta dimensão da espiritualidade expressa-se através de uma vivência onde há  amizade,  acolhimento,  planejamento comunitário,  participação, diálogo, simplicidade, verdade, confiança, partilha, solidariedade, serviço, responsabilidade, comunhão, organização, pluralismo, alegria, autenticidade, igualdade. Pela realidade destas palavras em nossa vida, podemos ver se estamos ou não tendo uma vivência comunitária, pela capacidade de perdão, de crescer juntos, pelo compromisso fraterno, pela corresponsabilidade, abertura e aceitação, pela capacidade de avaliar e programar, em conjunto, de rezar juntos, de realizar ações em grupo. A espiritualidade comunitária desenvolve-se pela consciência de ser Povo de Deus, abençoado e querido por Deus, santificado por Deus, corpo de Cristo, Assembleia de irmãos, de batizados, que assumem uma nova identidade em Cristo. 

A Inteireza do Perdão

Não escondo os pedaços
Que a experiência da vida
Me revelou que eu sou.
Quero integrar tudo num ser harmonioso e livre
Que desejo ser.

Busco encontrar nas entranhas da minha vida
Meus pontos de divisão
Descubro que sempre que me fiz em pedaços
Não houve perdão.

Recolho momentos
Acolho sentimentos
Acontecimentos vividos
Pessoas, gestos e palavras
Sofridos.

No momento de hoje
Tenho condições de compreender e perdoar:
Deixo ser o que foi do jeito que foi
Para que não prenda o meu ser de hoje.
Perdoo com a esperança e a graça
Que Deus me concede hoje.
Eu posso ser novo com esse mais
Que Deus me dá condição
De assumir em minha vida.
Fui criado para a plenitude
Não para ser pedaços em contradição.
Venço minhas guerras pelo perdão
Deixando o que foi
Ser do jeito que foi.

Hoje sou hoje: o amor cura tudo
Até os mortos ressuscita.
Não há ferida que não possa ser
Coberta de uma pele amorosa e limpa.

Não há libertação sem esse momento do amor / Que é o perdão.
Não viverei em função do passado
Mas a partir da liberdade do agora.
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”.

Deus me oferece a vida.
Quero viver livre, leve e feliz.
Quero ser vida.

Pe. José Luís, CSh
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sábado, 4 de março de 2017

A inteireza da fé

“Penso também que nossa inteireza está diretamente relacionada à nossa fé. A nossa capacidade de ser fraternos nos faz "mais inteiros"... E, esse modo de ser, dá um sentido todo especial para vivermos em comunidade.” (Tatiana)
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram com força contra a casa, mas a casa não caiu, porque fora construída sobre a rocha.
Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como o homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram com força contra a casa, e a casa caiu, e a sua ruína foi completa!” (Mt 7,24-27)
A fé une todas as partes de nossa vida e nos faz inteiros e nos sustenta nos momentos de quebra e junta nossos pedaços.

Porque estou só

Porque estou só.
Meu corpo, minha mente,
Meu afeto, meu espírito,
Se encontraram,
Estão bem,
Porque estou só.
Quase sempre me fujo,
Me disperso e me perco,
Mas neste momento quero estar só,
Ficar só.

Quero doar a minha vida
Como fruto de um encontro
Pessoal,
De um encontro de vida,
Na capacidade de ficar só.

Amanhece e anoitece,
O sol se levanta e se põe,
Dentro e fora de mim,
E a harmonia permanece:
Meu ser está sereno no encontro
De minhas riquezas.
Busco a vida, pois conheço a desgraça;
Busco a solidão, pois conheço a dependência e a dispersão;
Busco o encontro, pois conheço a ausência;
Busco O tudo, pois tenho fome de intimidade;
Busco o amor, pois conheço a riqueza de Deus;
Busco o serviço, pois adoro a encarnação de Jesus;
Busco a liberdade, pois o Espírito é livre.

Quero ficar só, no encontro,
Resgatar meu caminho,
Reconciliar minhas energias,
Para que a criação inteira
Possa estar presente em mim.
Não sou único,
Sou eu,
Deus é Comunhão.

Pe. José Luís, CSh
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Jejum


Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne.

Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: “Eis-me aqui”. (Is 58,6-9)

Princípio da Liberdade


“Jesus é o modelo do homem abandonado à providência de Deus. A confiança em Deus pacifica o coração do homem, libertando-o do desejo desenfreado de possuir para garantir segurança a si mesmo. Somente buscando o Reino de Deus em primeiro lugar o homem pode libertar-se do insaciável desejo de possuir.” (CF 2017, 242)